"Uma oração sem fé é uma fórmula vazia. Quem é tolo a ponto de perder tempo pedindo algo em que não crê?
A fé é o manancial; a oração, o riacho. Como pode correr o riacho se o manancial está seco?"
(Santo Agostinho)

domingo, 30 de agosto de 2009

A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS [2]

INTRODUÇÃO


SUMÁRIO – Objecto desta devoção – Nossa intenção – Fontes – Uma observação.


Objecto desta devoção


Assinalar o objecto deste culto é o mesmo que declarar o que entendemos com o nome de Coração de Jesus. Esta questão já foi desenvolvida aprofundadamente e repetidamente por excelentes autores, e assim, só faremos aqui um brevíssimo resumo, tomado do P. I. V. Bainvel, o qual podem consultar, quem desejar ideias mais aprofundadas.


Quando dizemos Coração de Jesus, significa colocar o coração material e verdadeiro de Cristo, mas considerado como símbolo do seu amor; além disso significa o amor do Filho de Deus símbolizado no seu Coração divino; significa todo o íntimo de Jesus; seus sentimentos, seus afectos, suas virtudes, etc., «enquanto tem no coração vivente um centro de ressonância, um símbolo, ou um sinal de referência», ao qual chamam o objecto por extensão; significa, em fim, a Pessoa amabilíssima de Cristo Nosso Senhor.


«Margarida Maria, escreve o P. Bainvel, disse, este Sagrado Coração como diria Jesus. Em ambos os casos, contempla directamente a Pessoa. E este uso veio a ser corrente, designando Jesus pelo nome de O Sagrado Coração. Não é que os vocábulos sejam sinónimos (adverte-se bem). Não se pode dizer indiferentemente Jesus ou O Sagrado Coração; não se designa sempre a pessoa pelo seu coração. Para fazê-lo é mister que se atenda á vida afectiva e moral da pessoa, á sua intimidade, ao seu caracter e aos seus principios de conducta... Esta consideração da pessoa no seu coração dá á devoção um ar mais livre e um alcance mais amplo. Por ela o Sagrado Coração representa-me Jesus em toda a sua vida afectiva e moral; o interior de Jesus, Jesus todo amante e todo amável...


Jesus todo, resume-se e representa-se no Sagrado Coração, atraindo debaixo deste símbolo expressivo os nossos olhares e nossos corações, fazia seu amor e suas amabilidades, Jesus, não é acaso, em todo e por todo, todo amável e todo amante? Todo Ele, não é coração?... O coração não desaparece nesta nova acepção.


Mas a mesma Pessoa de Jesus é quem nos o abre, dizendo-nos como a Santa Margarida Maria: «Eis aqui este Coração». E nós, olhando o Coração que se nos mostra, assim podemos aprender a conhecer a Pessoa em profundidade. Por esta maneira, Jesus todo se recapitula no seu Coração, como todo o demais se recapitula em Jesus.»[1]


Deste modo formoso e integro consideramos nós o Coração de Jesus no nosso livro; o modo habitual como o povo fiel costuma entendê-lo, e o modo como a Igreja parece desejar que o consideremos, quando o exclui do culto público (não do privado) o Coração separado do restante de Cristo.

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