ORAÇÃO
PRODIGIOSA A NOSSA SENHORA
Que
se deve oferecer nos domingos e dias festivos da Mãe de Deus, em tempo de
aflições, por algum aperto espiritual ou temporal, em memoria da Vida, Paixão e
morte do seu Santissimo Filho, a qual traduziu o P. Sarmento das “Horas
Marianas” do Emno. Cardeal de Noalles.
Ó Santa Maria, eterna Virgem das
virgens, Mãe de misericórdia, Mãe da graça, esperança e refugio de todos os
aflitos; por aquela espada de dôr que atravessou a vossa puríssima alma, quando
o vosso unigénito filho Jesus Cristo nosso Senhor padeceu o suplício da cruz, e
por aquele amor filial que o fez compadecer-se da vossa dôr materna e
recomendar-vos ao seu descipulo João, herdeiro do perfeito amor que ele vos
tinha; rogo-vos, Senhora que tenhais de mim compaixão, e me deis remédio na
aflição, na enfermidade, na pobreza, na consternação e em outra e qualquer
necessidade que eu padeça.
Ó refugio poderoso dos miseráveis, Mãe
benigna da misericórdia, prontíssima Libertadora dos degradados filhos de Eva,
ouvi os meus rogos, e vêde as lágrimas da minha aflição e da minha dôr. Eu me
vejo oprimido de infelicidade e miséria por causa das minhas culpas e não tenho
a quem recorrer senão a Vós. Ó minha amada Senhora, puríssima Virgem Maria, Mãe
do meu Senhor Jesus Cristo, e solícita advogada do género humano.
Rogo-vos, pois, pelas misericordiosas
entranhas de vosso santíssimo Filho e pela glória que ele teve no tempo da sua
aliança com a natureza humana, ao deliberar com o Pai e o Espirito Santo de
tomar a nossa carne para a nossa salvação; pelo inefável gozo, ó bem-aventurada
Virgem, quando depois da Anunciação do anjo e vosso adorável consentimento, o
divino Verbo se cobriu da nossa mortalidade no vosso puríssimo ventre, donde,
passados nove meses, saiu para visitar, instruir e remediar o mundo.
Pela agonia que o vosso Filho teve no
seu coração, quando orou ao seu Eterno Pai no monte das Oliveiras, pela
maternal companhia que Vós lhe fizeste em todo o decurso da sua Paixão e Morte;
pelas traições, pelos oprobrios, pelas injurias, testemunhos falsos e bárbara
sentença de morte contra ele proferida, pelas duras cordas com que o prenderam,
pelos crueis flagelos com que o açoitaram e rigorosos espinhos com que o
coroaram; pelas lágrimas e suor de sangue que ele derramou; pelo seu silêncio e sofrimentos, pelo temor, pela
tristeza e agonia do seu coração; pelo sumo pejo que padeceu vendo-se despido
no Calvário aos olhos de todo o povo; pelo incompreensivel tormento da sua sede
sem alivio; pela ferida da lança que lhe penetrou o seu lado amorosissimo;
pelos grossos cravos que trespassaram as suas mãos e pés sacrossantos; pela recomendação que ele fez da sua santíssima
alma ao seu Pai Eterno; pela benigna misericórdia que usou com o bom ladrão;
pela honra da sua ressurreição; pelas aparições que ele fez ao Apostolos e Discipulos
no espaço de quarenta dias; pela sua gloriosa Ascenção, em que á vossa vista e
dos mais fiéis foi elevado ao céu; pela graça do Espirito Santo, que ele
derramou nos corações dos Discipulos em forma de linguas de fogo; pelo terrivel
dia do juizo, em que ele, precedido dum universal incêndio, há-de vir julgar os
vivos e os mortos.
Pela amorosa compaixão e fidelissima
sociedade, que neste mundo lhe fizeste; pelo gozo inefável da vossa maravilhosa
Assunção, quando na presença do vosso mesmo Filho e de toda a Côrte Celestial
fostes sublimada ao Empireo, e nele coroada de glória e delicias sempiternas;
por tudo isto, Senhora, e por tudo o mais que representar-vos posso, vos peço,
minha mãe e amabilissima, que ouçais os meus rogos, que concedeis e faciliteis
a súplica, que agora vos faço com toda a humildade e devoção que me é possivél.
(Aqui fará menção da especial rogativa).
E como eu creio, conheço e confesso que
o vosso Filho sacrossanto vos atende e honra de tal modo que nada vos nega, nem
deixa frustradas as vossas súplicas, espero e confio, minha adorada Senhora,
que experimentarei fiel e prontamente, plena e eficazmente, o desejado socorro
da vossa maternal consolação, segundo a doçura do vosso coração misericordioso,
tudo conforme a benigna clemência do vosso santíssimo Filho. E não só para o
feliz despacho daquela especial rogativa com que agora invoco o seu santo nome,
e a poderosa virtude do vosso augusto Patrocinio, mas também para que vos
digneis impetrar-me uma viva fé, uma esperança firme, uma ardente caridade, uma
contrição verdadeira, uma digna e suficiente satisfação, uma diligente vontade
para o futuro, um total desprezo do
mundo, um intenso amor a Deus e ao meu próximo, imitação das dôres do vosso
amabilissimo Filho, e ainda a mesma morte quando deva padece-la por seu
respeito: um fiel cumprimento dos meus votos, uma constante perseverança nas
boas obras, uma continua mortificação do meu amor próprio, um verdadeiro arrependimento
de todos os meus pecados no fim da minha vida, e por corôa de tudo, a perpetua
gloriosa bem-aventurança na diliciosa companhia, que lá quizera ter com as
almas dos meus pais, dos meus irmãos e dos meus parentes, benfeitores e amigos,
assim vivos como defuntos por todos os séculos dos séculos. Amén.
Fonte: Livro - Devoto Josephino - 1935
Amém, Amém, Amém!
ResponderEliminarOração milagrosa, de efeito prodigioso!Amém! O testemunho de milhares e milhares de crentes, ao longo de dois mil anos atestam-no! A poderosa voz do Tempo, a voz dos séculos não desmentiu.
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